
No último dia 13 de outubro, a Confederação Nacional da Agricultura, CNA, divulgou pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE sobre os assentamentos rurais no país. A Contag contestou os dados da pesquisa, porque entende que a mesma não usou critérios corretos para avaliar os assentamentos. Apenas 0,1 % dos assentamentos do país são citados no trabalho e, além disso, foram escolhidos assentamentos antigos, ainda da época da ditadura militar.
Segundo nota oficial da Contag, a intenção da CNA foi desqualificar o processo de reforma agrária no Brasil. O secretário de Política Agrária da Contag, Willian Clementino, lembra que a pesquisa foi divulgada logo após a agricultura familiar ter sido apontada como o carro-chefe da segurança alimentar do país. "O que nos admira é que ela saiu logo após o lançamento do senso do IBGE que aponta o aumento da produtividade da agricultura familiar. Então a idéia da pesquisa e se contrapor aos dados", comenta Clementino.
Segundo dados do IBGE, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos no país. A pesquisa aponta ainda o aumento na concentração de terras no Brasil. Em 2006, a agricultura familiar representava 84% por estabelecimentos agropecuários, mas ocupava apenas 24% da área destinada às propriedades rurais. "A reforma agrária e um processo importante porque desconcentra a terra, gera emprego, renda e produz alimentos e todo trabalhador e trabalhadora assentado, ele é a porta da para a agricultura familiar, para se emancipar como agricultor", aponta Willian,
O dirigente da Contag não tem dúvida que sem a reforma agrária o Brasil não pode avançar. "Todos os países do mundo onde se fez reforma agrária são países desenvolvidos. A Europa é um continente bem desenvolvido, mas Portugal não se desenvolveu como outros países do continente porque não fez reforma agrária. O Brasil não pode incorrer no mesmo erro", conclui o diretor.
É por essa razão que a Contag, as Federações e os sindicatos de todo o país vão continuar lutando para que a portaria que atualiza os índices de produtividade rural seja publicada pelo Governo Federal.
Fonte: Agência Contag de Notícias
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