quarta-feira, 11 de novembro de 2009
A POLITICA E O MURO DE BERLIM
DIFERENÇAS ENTRE "LADOS" DA ALEMANHA DIMINUÍRAM, MAS SEPARAÇÃO CULTURAL E ECONÔMICA AINDA EXISTE
Vinte anos após a queda do Muro de Berlim, as diferenças entre os lados oriental e ocidental da Alemanha, separados e administrados por regimes políticos distintos durante 44 anos, diminuíram consideravelmente. Mas disparidades sociais, econômicas e culturais ainda estão presentes no cotidiano dos alemães.
Com a queda do Muro, população pôde atravessar a fronteira
“Hoje, o lado oriental alcançou entre 75% e 80% do nível de vida do ocidente", afirma, notando a rapidez com que as transformações foram promovidas no país. "Apesar de falarmos em reunificação, na prática o que aconteceu foi uma incorporação da Alemanha Oriental ao lado ocidental. Isso facilitou as mudanças administrativas".
No entanto, os esforços para igualar economicamente as duas regiões também causaram choques culturais. "Em relação ao leste europeu, a Alemanha Oriental tinha um nível de vida alto, o que era motivo de orgulho para seus cidadãos", explica. "De repente, essa parte do país foi colocada na posição de 'aprendiz' e os moradores tiveram que se acostumar a uma economia de mercado, o que não foi fácil".
O Muro de Berlim foi derrubado 20 anos atrás, em 9 de novembro de 1989. Veja abaixo algumas datas importantes na história do Muro de Berlim.
* 15 de junho de 1961. Como um número crescente de alemães orientais mudava-se para Berlim Ocidental em meio a uma piora nas condições e aos temores de que a fronteira fosse fechada um dia, o líder comunista da Alemanha Oriental, Walter Ulbricht, declara: "Ninguém pretende construir um muro". Milhares leram as entrelinhas e acelerou-se o êxodo.
* 13 de agosto de 1961. Depois da meia-noite, soldados da Alemanha Oriental começam a erguer o que Ulbricht chama de "barreira de proteção antifascista."
* 15 de agosto de 1961. Criando uma imagem duradoura, o soldado da Alemanha Oriental Conrad Schumann é fotografado pulando uma parte da divisão com arame farpado em direção ao Oeste.
* 19 de agosto de 1961. Ocorre a primeira morte no Muro, quando um homem cai tentando passar do apartamento de cobertura na Bernauerstrasse, em Berlim Oriental, para Berlim Ocidental.
* 24 de agosto de 1961. Data geralmente aceita como o primeiro assassinato cometido por guardas de fronteira depois que o muro foi erguido. Acredita-se que Guenter Litfin, de 24 anos, tenha sido morto a tiros enquanto cruzava a nado o rio Spree.
* 17 de agosto de 1962. Peter Fechter, de 18 anos, sangra até a morte numa terra de ninguém após ser baleado enquanto tentava escapar. Um cinegrafista ocidental gravou a cena por cerca de uma hora até os guardas levarem o corpo embora.
* 26 de junho de 1963. O presidente dos EUA, John Kennedy, anda numa limusine conversível por Berlim Ocidental. "Ich bin ein Berliner" (Eu sou um berlinense), diz ele numa demonstração de solidariedade.
* 11 de março de 1985. Mikhail Gorbachev, de 54 anos, torna-se líder da União Soviética e inicia reformas cautelosas.
* 12 de junho de 1987. Perto do Portão de Brandenburgo, o presidente dos EUA, Ronald Reagan, exorta: "Sr. Gorbachev, derrube este Muro."
* Janeiro de 1989. Protestos populares contra o governo da Alemanha Oriental tornam-se maiores e mais disseminados, mas o líder Erich Honecker insiste: "O Muro permanecerá por 50, talvez 100 anos."
* 10 de setembro de 1989. A Hungria rompe com o Pacto de Varsóvia e oficialmente abre a fronteira com a Áustria para alemães orientais, criando a primeira rachadura na Cortina de Ferro. Milhares de "turistas" da Alemanha Oriental vão para o Ocidente.
* 7 de outubro de 1989. A Alemanha Oriental comemora seu 40o aniversário. Alemães ocidentais festejam a visita de Gorbachev, considerado um libertador, cantando "Gorby, Gorby!"
* 18 de outubro de 1989. Honecker é forçado a renunciar "por questões de saúde" em meio a protestos crescentes.
* 4 de novembro de 1989. Meio milhão de pessoas participam de uma manifestação pela democracia em Berlim Oriental.
* 9 de novembro de 1989. O sucessor de Honecker, Egon Krenz, diz ao partido que todos os alemães orientais podem ir para a Alemanha Ocidental a partir do dia seguinte que solicitarem um visto de saída.
Por Antonio dos Anjos (Viola)
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