O deputado federal licenciado Maurício Rands (PT) não reconheceu o resultado das prévias e o senador Humberto Costa (PT), um de seus maiores defensores, admitiu, ontem, a possibilidade de se anular a disputa. Com o semblante abalado, Rands acusou o prefeito de usar a máquina e criar “militantes piratas” para vencer a eleição interna. O pré-candidato defendeu que o diretório nacional analise os dados e invalide a participação dos eleitores que votaram sem ter um ano de filiação ou sem estar quite com o partido, como exige o estatuto. “Vamos fazer uma auditoria. Esse resultado não será proclamado, porque esse voto é pirata”, afirmou. Rands criticou duramente as duas ações impetradas pelo grupo de João da Costa no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que judicializaram a campanha e autorizaram, em cima da hora e por meio de liminares, a participação de 13.172 militantes que estavam, de uma forma ou de outra, pendentes com a legenda. Segundo Rands, a direção nacional tinha permitido que 20.131 fossem às urnas eletrônicas enquanto o restante votaria em cédulas, em separado. A decisão da Justiça, através de duas liminares, mudou tudo e permitiu que todos fossem às urnas eletrônicas, aptos ou não. Os votos ficaram misturados. “Foram 40 dias de muita luta e nos sentimos vitoriosos. Enfrentamos uma candidatura que usou a máquina, que fez algo sem precedentes. O prefeito ingressou com ações na Justiça, modificando violentamente o estatuto do PT”, protestou o pré-candidato. “Na calada da noite, ele conseguiu deixar aptos vários militantes que não tinham direito a votar, porque não estavam quites com o partido e não tinham um ano de filiação ” Ao lado do senador Humberto Costa e de praticamente todos os petistas que deram apoio à sua campanha, Rands disse se sentir vitorioso “politicamente e eleitoralmente”, o que não teria se confirmado nas urnas por conta do exército pirata e da “judicialização da campanha na calada da noite”. O petista falou sobre o resultado das prévias no diretório estadual do PT, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. Ficou quase três horas ouvindo, lá de dentro, gritos de guerra dos militantes de João da Costa, únicos que estiveram presentes no diretório. O deputado licenciado acompanhou todo o processo de apuração ao lado das lideranças nacionais e locais do partido e depois falou com a imprensa para contestar o resultado. O pré-candidato deu a entender que, dentre as 20.131 pessoas aptas, algumas não foram às urnas, de forma expontânea, mas o prefeito deixou um exército de sobreaviso, não incluído nestes números, para ir votar. “Temos convicção de que constituímos uma maioria que quer manter o PT, mas não pretende continuar com João da Costa”, observou. O PT e a Fifa - Indignado, o senador Humberto Costa disse o seguinte: “O PT é igual à Fifa (Federação Internacional de Futebol). Quem fere as instâncias partidárias está fora”, sentenciou. “O que aconteceu aqui foi de extrema gravidade e tenho convicção absoluta de que foi sem precedentes na história do PT”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário