Empresários e membros da classe mais alta reclamam, com razão, da carga tributária brasileira. Porém, quem mais sofre com os impostos são os pobres. Nos cálculos de institutos de pesquisas econômicas, aqueles que ganham até dois salários mínimos – cerca de R$ 930, atualmente – tem de trabalhar 197 dias por ano para pagar impostos. Quem ganha mais de 30 mínimos usa 106 dias com o mesmo objetivo. Além disso, os custos dos tributos subiram proporcionalmente mais para os pobres que para os ricos nos últimos quatro anos.
A explicação para o fato é simples: os pobres, como todos os demais, pagam os impostos indiretos, aqueles que atingem o consumo básico, principalmente alimentos, transportes, serviços. E como sua renda é menor, o desconto torna – se mais representativo. Os mais abastados, embora paguem tributo indireto e direto, têm meios para diluir o impacto da cobrança. A redução de imposto sobre alguns itens por causa da crise mundial não ajuda os pobres. Eles quase não consomem tais produtos.
Existe outro fator que prejudica os de menor renda. E o presidente Lula já notou o fato. Ele até disse que “dar dinheiro aos pobres é mais eficaz do que reduzir impostos de empresas”. Isso porque isenções fiscais dadas ao setor produtivo nem sempre são repassadas para o consumidor. Atacar injustiças tributárias e oferecer oportunidades de o empobrecido ganhar com dignidade e sem ser explorado o seu salário são metas que todo governo justo deve buscar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário